Nesta sexta, 31, o SBT anunciou que será rompido o contrato com a Televisa, emissora mexicana dona de Chaves e Chapolin, para a transmissão dos programas. A última exibição deles ocorreu hoje mesmo.
Em nota à imprensa o canal de Silvio Santos lamentou a decisão, viu com surpresa e disse que tinha intenção de renovar e que tudo já estava verbalmente acertado.
A gigante mexicana disse que não também não queria romper com o SBT, parceiro histórico de mais de 30 anos de troca de conteúdos. O acordo iria até 31 de dezembro de 2020. Entretanto teve que fazê-lo pois há uma pendência entre Televisa e a empresa espólio que cuida dos direitos de texto de Roberto Bolaños, o criador e ator de Chaves e Chapolin, morto em 2014.
A antecipação do rompimento para 31 de agosto ocorre por causa desse entreveiro. Outros transmissores de Chaves e Chapolin além do SBT sofrem com o mesmo problema no mundo.
A suspeita é que Bolaños Filho, herdeiro do espólio, esteja negociando com uma empresa de streaming, possivelmente a Netflix.
Essa negociação paralela pode gerar uma guerra jurídica entre Bolaños Filho e a Televisa. O herdeiro é dono dos textos e personagens, mas a emissora é dona da imagem dos seriados. Teoricamente um dependeria da anuência do outro para revender os produtos.
A Televisa é um monopólio com mais de 5 canais de TV aberta. Por anos foi a única fonte de informação de massa do público mexicano. O dono fundador era Emilio Azcárraga, conhecido com El Tigre, pela fúria como encarava os concorrentes e adversários.
Hoje a empresa é gerida pelo filho dele, Emilio Jean, não menos agressivo que o pai. Fator que promete uma briga jurídica forte caso haja alguma tipo de rompimento definitivo, com a revenda de Chaves para outra empresa concorrente.
A parceria entre Televisa e SBT para a transmissão de novelas mexicanas continua e deve ser renovada no fim do ano.