“Saúde deve ser eixo da sustentabilidade na Amazônia”, defende CEO da Trivento Educação

Débora Guerra propõe formação médica enraizada no território e telemedicina como resposta aos desafios da região em sintonia com a COP30

A saúde precisa ser entendida como parte integrante do ecossistema amazônico, e não apenas como um serviço isolado. Essa é a visão defendida por Débora Guerra, CEO da Trivento Educação, instituição que há oito anos atua na formação médica em Altamira (PA). Em meio aos preparativos para a COP30, ela destaca a necessidade de um currículo médico adaptado às realidades locais, abordando temas como doenças tropicais, saúde indígena e telemedicina. “O estudante deve compreender a Amazônia para atuar nela, criando vínculos e enfrentando desafios com sensibilidade cultural”, afirma. Além disso, a Trivento busca consolidar programas de residência na região, combatendo a histórica carência de profissionais especializados em áreas como o Xingu.

Em alinhamento com as discussões climáticas globais, Débora propõe uma agenda interdisciplinar que una saúde, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. “A degradação ambiental impacta diretamente populações indígenas, ribeirinhas e vulneráveis”, ressalta. Entre as soluções, ela cita a expansão da telemedicina, o uso de energias renováveis e modelos de atenção primária que respeitem o contexto local. “A Amazônia não é um obstáculo, mas uma potência. Formar médicos que enxerguem isso transforma o cuidado em ferramenta de desenvolvimento”, conclui. A executiva ainda defende que a voz amazônica seja central nos fóruns internacionais, valorizando saberes tradicionais na construção de soluções sustentáveis.

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