Investigação aponta que Hospital Santa Maria de Ananindeua tem agulha a R$ 18 e uso gigantesco de materiais

O médico Daniel Barbosa Santos (PSB), ex-presidente da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) e reeleito prefeito de Ananindeua, a segunda maior cidade do estado, com mais de 83% dos votos válidos, está sob investigação do Ministério Público do Pará, que indica supostos desvios de R$ 261 milhões no Hospital Santa Maria de Ananindeua (HSMA), onde já atuou como sócio.

Um documento produzido pelos promotores do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) aponta, por exemplo, que o hospital desembolsou R$ 18,10 pela aquisição de agulhas descartáveis, cujo preço de mercado não excede R$ 0,35 cada uma.

Em outra situação, durante uma única hospitalização de quatro dias, o relatório afirma que foram faturados 68 equipos macrogotas, utilizados para a istração de soluções intravenosas, a um paciente. Para comparação, o Ministério Público menciona um parecer do Conselho Regional de Enfermagem do Pará que sugere a substituição do material a cada 24 horas. Para essa internação, apenas quatro unidades deveriam ter sido empregadas.

A CNN obteve com exclusividade a íntegra de um processo judicial contra o prefeito. Ele negou a acusação do Ministério Público, que classificou como “totalmente absurda”, e alegou ser vítima de uma “prática persecutória” no estado.

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