Homem acusado de comandar massacre em penitenciária de Altamira recebe condenação superior a 400 anos de prisão

Dhonlleno Nunes Amaral foi condenado pelo Tribunal do Júri no Fórum Criminal de Belém, a 403 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado na quarta-feira (5). Ele foi identificado como um dos líderes do motim que levou à morte de 62 detentos no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará, em 29 de julho de 2019. O incidente, denominado Massacre de Altamira, é visto como a segunda maior tragédia do sistema prisional brasileiro, perdendo apenas para o massacre do Carandiru, que aconteceu em São Paulo em 1992.


O réu também foi sentenciado a dois anos adicionais de detenção e 490 dias-multa, além da pena de reclusão. O Tribunal do Júri proferiu a decisão após aproximadamente dois dias de julgamento. Dhonlleno negou participação no motim durante o interrogatório e declarou que estava detido devido a um delito de trânsito, pelo qual teria sido acusado de tentativa de homicídio. Mesmo assim, os jurados o declararam culpado de todas as acusações, que incluíam homicídio, decapitação e envolvimento em organização criminosa. O réu foi absolvido apenas das acusações de incêndio e dano ao patrimônio, porém isso não impediu que ele fosse condenado a uma das maiores penas já impostas no estado.

Foto: TJ PA