Florestas públicas não destinadas concentram 80% do desmatamento na Amazônia em 2025

Estudo alerta para risco de grilagem em 10,2 milhões de hectares; área desmatada em abril cresceu 229% em relação a 2024

Um estudo divulgado nesta quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, revela que florestas públicas não destinadas na Amazônia – áreas sem proteção legal definida – são as mais vulneráveis a crimes ambientais. Dados do Observatório das Florestas Públicas mostram que 80% do desmatamento registrado no bioma entre janeiro e abril de 2025 ocorreu nessas regiões, com destaque para um salto de 229% na devastação em abril comparado ao mesmo período do ano anterior.

A pesquisa, conduzida por Ipam e Movimento Amazônia de Pé, identificou 10,2 milhões de hectares sob alto risco de grilagem, com sobreposição a cadastros irregulares no CAR (Cadastro Ambiental Rural). Essas florestas – que poderiam ser destinadas a unidades de conservação ou terras indígenas – estocam 5,2 bilhões de toneladas de carbono, equivalente à metade das emissões globais de 2024. Especialistas cobram destinação urgente das áreas antes da COP30: “É a chance do Brasil liderar no combate às mudanças climáticas”, afirma Daniela Orofino, do Amazônia de Pé.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil