Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará
Por DOL
O espaço é pequeno e a disputa é grande por um lugar no Porto do Açaí, no bairro do Jurunas, em Belém. São feirantes, revendedores e a população em geral esbarrando entre si e andando com cuidado para não cair de uma estrutura de madeira improvisada, utilizada para o embarque e desembarque de produtos e pessoas. Em 2015, uma placa foi fixada em frente à feira, anunciando o início da obra de revitalização, que tinha prazo de um ano para ser concluída. Mas a previsão foi apagada e, agora, na placa, o novo prazo de término é dezembro deste ano. O valor informado da benfeitoria que nunca termina é de R$ 4,4 milhões.
O Porto do Açaí é um importante espaço para quem vem das ilhas em direção à capital, além ser local de revenda do fruto que dá nome ao local.
Trabalhando no local há 24 anos, o revendedor Antônio Miguel lembra que o espaço tem movimento intenso desde a madrugada até o início da noite e espera o fim da obra.
“Nossa maior dificuldade é a ponte. Ela estava caindo, mas estão construindo uma nova e espero que terminem logo. Até porque, como a safra está começando agora, o movimento vai ficar ainda maior ao longo dos meses”, detalha.
Quem utiliza o porto para seguir em direção às ilhas próximas, a situação é ainda pior. Jaqueline da Silva esperava seguir até a Ilha das Onças, sem esconder a preocupação com a segurança da filha. “A situação aqui é péssima. A gente mal consegue descer para embarcar, porque está tudo quebrado, a escada é muito pequena e o risco de cair é alto. Já vi várias vezes pessoas que caíram”, explica.
A falta de uma estrutura adequada prejudica também Rosilda Lopes, vendedora de chope de frutas. “Antes tinha uma cobertura onde me protegia do sol e, agora que tiraram tudo, isso afetou até minha saúde e estou quase sem voz. Apesar de estar difícil a gente precisa dar um jeito, arruma um cantinho pra ficar”, afirma.
OUTRO LADO
Em nota, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), informa que os serviços seguem o cronograma estabelecido. Cerca de 75% das obras da laje de comercialização já estão concluídas e, atualmente, o trabalho está concentrado na fundação do trapiche, em concreto. Serão disponibilizados 23 boxes em alvenaria, que terão revestimento cerâmico e ponto de água e luz.
