Agência aponta riscos fiscais, mas elogia política monetária e externa; reformas pós-2026 são cruciais para evitar rebaixamento
A S&P Global manteve a nota da dívida soberana do Brasil em “BB” (dois níveis abaixo do grau de investimento), com perspectiva estável, indicando que não há mudanças previstas no curto prazo. A agência destacou que o país equilibra fragilidades fiscais – como déficits persistentes e gastos obrigatórios elevados – com pontos fortes, como a política monetária e o desempenho das exportações de commodities. No entanto, alertou que a falta de reformas após as eleições de 2026 pode levar a um rebaixamento.
Em seu relatório, a S&P projetou aumento da dívida líquida do governo, pressionada por juros altos e um arcabouço fiscal considerado insustentável no longo prazo. Apesar disso, a desaceleração econômica deve reduzir o déficit externo, mitigando parte dos riscos. O Ministério da Fazenda não se pronunciou sobre a decisão. Desde 2023, o Brasil mantém a mesma classificação, após avançar um degrau em relação a 2018. Outras agências, como Fitch e Moody’s, também mantêm o país próximo, mas ainda fora do investment grade, necessário para atrair capital estrangeiro de longo prazo.
Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo