Bienal das Amazônias anuncia artistas da próxima edição com tema “Verde-distância”

Evento reunirá 74 criadores da Pan-Amazônia e Caribe em Belém, inspirando-se no romance “Verde Vagomundo” de Benedicto Monteiro

A segunda edição da Bienal das Amazônias, marcada para ocorrer entre 29 de agosto e 30 de novembro de 2025 em Belém (PA), revelou sua lista de artistas participantes, com 74 nomes de 11 países da Pan-Amazônia e Caribe. Sob o tema “Verde-distância” — inspirado no livro Verde Vagomundo (1972), do escritor paraense Benedicto Monteiro —, a exposição propõe uma reflexão sobre isolamento, deslocamentos e a relação entre natureza e cultura na Amazônia. A curadoria, liderada por Manuela Moscoso, buscou obras que dialoguem com as múltiplas vozes e resistências da região, destacando conexões entre territórios diversos unidos por rios, memórias e saberes tradicionais.

Após abordar as águas como eixo central em 2023, a Bienal agora explora o “verde” como metáfora de distâncias e afetos, tomando como referência a cidade de Alenquer (PA), cenário do romance de Monteiro. “Viajar por esses territórios significa mergulhar em contextos distintos, mas conectados por fluxos de água e histórias compartilhadas”, explica Moscoso, que percorreu comunidades amazônicas para selecionar obras que respondam a questões ecológicas, políticas e cosmológicas. Entre os selecionados, destacam-se nomes como Jaider Esbell (Brasil), Remy Jungerman (Suriname) e Lucía Pizzani (Venezuela), além de coletivos indígenas e artistas que trabalham com cinema, performance e artes visuais. A programação incluirá ainda um programa público com debates e intervenções, reforçando o compromisso do evento com a descentralização da arte e a valorização de narrativas amazônicas.

Confira a lista completa de artistas no site oficial da Bienal das Amazônias.

Foto: Divulgação